Uma tribo de Hippies protestando contra a guerra do Vietnã. Falando dessa maneira até dá a impressão de que o enredo de Hair é antiquado e não tem nada a ver com a realidade brasileira do século XXI... Mas narrar a história de pessoas livres de preconceitos, com objetivo de alcançar a felicidade, lutando pelas liberdades individuais e da coletividade se mostra pertinente em qualquer país, independente da época. Essa segunda opção parecer ter sido a espinha dorsal da encenação para o texto de Gerome Ragni e James Prado, exibido pela primeira vez em 1967, e que agora chega aos palcos cariocas pelas mãos da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho.
A atual montagem começou a gerar repercussão antes mesmo de entrar em cartaz. A produção parece ter resolvido assumir que Hair não é apenas uma peça de teatro, mas sim um forte produto da indústria do entretenimento. Desde audições com clima de “reality show”, passando pela preparação dos atores até a venda de ingressos para “ensaios abertos”; cada etapa do processo pode ser acompanhada pela internet via site dos realizadores e redes sociais. Todas as engrenagens foram acionadas para que fosse cada vez maior a expectativa pela estreia.
Em Hair, tanto protagonistas quanto coadjuvantes conjugam com maestria canto, dança e interpretação. Um dos momentos de maior impacto é o que o personagem Claude (Hugo Bonemer), após utilização de um poderoso alucinógeno, tem os seus sentidos alterados e passa a vivenciar o universo de sua própria mente numa cena longa e difícil de ser executada. A forma como o ator e todo o numeroso elenco materializam isso no palco é clara e precisa. Igor Rickli apresenta um vigoroso e carismático Berger, enquanto Letícia Colin com sua Jeanie e Danilo Timm no papel de Margaret Mead são responsáveis pelos grandes momentos de comicidade da peça. Impossível também não ser arrebatado pela potência e brilho da voz de Karin Hils (intérprete da personagem Dionne) na canção Aquarius.
A cenografia assinada por Rogério Falcão cria um efeito multiplicador do espaço, de forma que tanto a ação principal quanto as paralelas fiquem harmonicamente integradas. A luz de Paulo Cesar Medeiros consegue traduzir em cores e efeitos o clima das cenas. A direção de arte se mostra muito cuidadosa, fazendo sua presença ser notada em toda a parte visual do espetáculo.
Hair não é apenas uma peça de teatro, é uma celebração pela liberdade capaz de contaminar todo o público.
HAIR:
Temporada de 5 de novembro a 19 de dezembro
Teatro Oi Casa Grande
Av. Afrânio de Mello Franco, 290 – Leblon.
Tel: (21) 2511- 0800
Quintas e sextas, às 21h.
Sábados, às 18h e 21h30.
Domingos, às 19h.
Preços:
Quintas e sextas
Camarote R$ 120
Plateia Vip R$ 120
Plateia Setor 1 R$ 100
Balcão Setor 2 R$ 80
Balcão Setor 3 R$ 40
Sábados e domingos
Camarote R$ 150
Plateia Vip R$ 150
Plateia Setor 1 R$ 120
Balcão Setor 2 R$ 100
Balcão Setor 3 R$ 60
Horários da Bilheteria:
Terça e quarta das 15h às 20h, quinta e sexta 15h às 21h, sábados 12h às 21h30, domingos 12h às 19h.
1 Recados:
Fui no último fim de semana e sinceramente: péssimo! Já fui em outros musicais e este com certeza é o pior de todos!
A sorte dos produtores é que eles são amigos dos críticos do Rio e por isso o musical foi bem avaliado...
A única coisa positiva é que os atores cantam bem! O resto, com o perdão da palavra, é uma MERDA: adaptação, letras em português, história!
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