A celebração da liberdade - Crítica de HAIR

  • on 05/11/2010
  • Uma tribo de Hippies protestando  contra a guerra do Vietnã. Falando dessa maneira até dá a impressão de que o enredo de Hair é antiquado e não tem nada a ver com a realidade brasileira do século XXI... Mas narrar a história de pessoas livres de preconceitos, com objetivo de alcançar a felicidade, lutando pelas liberdades individuais e da coletividade se mostra pertinente em qualquer país, independente da época. Essa segunda opção parecer ter sido a espinha dorsal  da encenação para o texto de Gerome Ragni e James Prado, exibido pela primeira vez em 1967, e que agora chega aos palcos cariocas pelas mãos da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho.

    A atual montagem começou a gerar repercussão antes mesmo de entrar em cartaz.  A produção parece ter resolvido assumir que Hair não é apenas uma peça de teatro, mas sim um forte produto da indústria do entretenimento.  Desde audições com clima de “reality show”, passando pela preparação dos atores  até a venda de ingressos para “ensaios abertos”; cada etapa do processo pode ser acompanhada pela internet via site dos realizadores e redes sociais.  Todas as engrenagens foram acionadas para que fosse cada vez maior a expectativa pela estreia.

    Em  Hair, tanto protagonistas quanto coadjuvantes conjugam com maestria canto, dança e interpretação. Um dos momentos de maior impacto é o que o personagem Claude (Hugo Bonemer),  após utilização de um poderoso alucinógeno, tem os seus sentidos alterados e passa a vivenciar o universo de sua própria mente numa cena longa e difícil de ser executada. A forma como o ator e todo o numeroso elenco materializam  isso no palco é clara e precisa. Igor Rickli apresenta um vigoroso e carismático Berger, enquanto  Letícia Colin com sua Jeanie  e Danilo Timm  no papel de Margaret Mead são responsáveis pelos grandes momentos de comicidade da peça.  Impossível também não ser arrebatado pela potência e brilho da voz de Karin Hils (intérprete da personagem Dionne) na canção Aquarius. 

    A cenografia assinada por Rogério Falcão cria um efeito multiplicador do espaço, de forma que tanto a ação principal quanto as paralelas fiquem harmonicamente  integradas.  A luz de Paulo Cesar Medeiros consegue traduzir em cores e efeitos o clima das cenas. A direção de arte  se mostra muito cuidadosa, fazendo sua presença ser notada em toda a parte visual do espetáculo.

    Hair não é apenas uma peça de teatro, é uma celebração pela liberdade capaz de contaminar todo o público.

    HAIR:
    Temporada de 5 de novembro a 19 de dezembro

    Teatro Oi Casa Grande
    Av. Afrânio de Mello Franco, 290 – Leblon.
    Tel:  (21) 2511- 0800

    Quintas e sextas, às 21h.
    Sábados, às 18h e 21h30.
    Domingos, às 19h.

    Preços:
    Quintas e sextas
    Camarote R$ 120
    Plateia Vip R$ 120
    Plateia Setor 1 R$ 100
    Balcão Setor 2 R$ 80
    Balcão Setor 3 R$ 40
    Sábados e domingos
    Camarote R$ 150
    Plateia Vip R$ 150
    Plateia Setor 1 R$ 120
    Balcão Setor 2 R$ 100
    Balcão Setor 3 R$ 60

    Horários da Bilheteria:
    Terça e quarta das 15h às 20h, quinta e sexta 15h às 21h, sábados 12h às 21h30, domingos 12h às 19h.
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    1 Recados:

    Flavio disse...

    Fui no último fim de semana e sinceramente: péssimo! Já fui em outros musicais e este com certeza é o pior de todos!

    A sorte dos produtores é que eles são amigos dos críticos do Rio e por isso o musical foi bem avaliado...

    A única coisa positiva é que os atores cantam bem! O resto, com o perdão da palavra, é uma MERDA: adaptação, letras em português, história!