Johann Wolfgang von Goethe(1749-1832) foi um poeta, escritor, pesquisador cientifico e ministro alemão. É reconhecido como um dos maiores (se não o maior) autor germânico. Vindo de uma família abastada, recebeu uma educação clássica e culta. Foi um dos pioneiros do romantismo no seu país, se engajando no movimento romântico Sturm und Drang. Justamente por sua educação clássica, seus trabalhos envolvem vários campos da literatura como o poema (onde foi mais reconhecido, sendo chamado de o Príncipe dos Poetas), o romance propriamente dito, a dramaturgia e a pesquisa científica (sua Doutrina das Cores inspiraria um movimento novo nesse campo, sendo Schopenhauer um dos seus participantes).
Foi com Werther que o autor ganhou renome mundial. Napoleão o condecorou com a Legião de Honra e disse que tinha lido a obra sete vezes (uma pequena localização histórica: nessa época, os principados prussianos estavam em guerra com a França). Após sua publicação, uma onda de suicido assustou a Europa, fazendo com que o trabalho fosse criticado pelos eclesiásticos. Todo essa conturbação, todo essa tempestade emotiva causada por um livro baseado na história de Karl Jerusalem, conhecido do autor, que se suicidou por conta de suas desilusões amorosas. Então, sabendo do caso do rapaz por carta de um outro amigo, Goethe começa a elaborar o livro. Somos convidados por Goethe, no papel de editor, a adentrar na correspondência de Werther, jovem burguês que se muda para uma passagem campestre, afim de saciar sua sede por uma paisagem bucólica, onde possa simplesmente ler seu Homero e desfrutar da vida simples junto com os camponeses. Mas num baile da região, o rapaz conhece Carlota, por quem se apaixona instantaneamente. Porém, a moça é comprometida, estando ela a espera do seu noivo, que está viajando. Enquanto isso, Werther vivencia dias de adoração da sua paixão. Após um tempo, Alberto, noivo de Carlota, volta e Werther se torna um amigo sincero deste. Aprofundando-nos de pouco em pouco nesse triângulo amoroso, vai se descortinando o final tão conhecido da obra. O livro, como devem imaginar, é envolvente. Os turbilhões de emoções de Werther, que se refletem no cenário, o pouco número de páginas e a facilidade para imaginar as situações do livro, façam com que nos mergulhemos de cabeça na história, sentindo as venturas e desventuras do protagonista e dos personagens secundários, como um empregado de uma viúva da região, que se vendo numa situação parecida com a de Werther, assassina seu adversário. Para finalizar, gostaria de chamar a atenção para a edição que li, comentada da L&PM Pocket. Com os comentários e notas do tradutor, entende-se as circunstâncias tanto sociais(refletidas na mutua aversão de Werther, um burguês, com os aristocratas da região) quanto artísticas da época(a constante crítica ao racionalismo do iluminismo francês e do método empírico científico) além da características biográficas do livro.
Trecho do livro: " 13 de maio
Tu perguntas se deves enviar-me os meus livros... Meu caro, te peço pelo amor de Deus, deixa-os longe do meu meu pescoço. Não quero mais ser guiado, animado e afogueado... Esse coração já fermenta o bastante por si próprio. Necessito muito antes de canções que embalem, e essas eu achei à suficiência em meu Homero. Quantas vezes tenho de ninar meu sangue revolto até acalmá-lo... Ti sabes que não existe no mundo nada tão instável, tão inquieto quanto o meu coração. Se é que tenho necessidade de dize-lo a quem tantas vezes carregou o fardo de me ver passar da aflição à digressão, da doce melancolia à paixão furiosa, meu caro! É por isso que trato meu coraçãozinho como uma criança doente, satisfazendo-lhe todas as vontades. Não diga isso adiante, há pessoas que poderiam usá-lo contra mim."
Foi com Werther que o autor ganhou renome mundial. Napoleão o condecorou com a Legião de Honra e disse que tinha lido a obra sete vezes (uma pequena localização histórica: nessa época, os principados prussianos estavam em guerra com a França). Após sua publicação, uma onda de suicido assustou a Europa, fazendo com que o trabalho fosse criticado pelos eclesiásticos. Todo essa conturbação, todo essa tempestade emotiva causada por um livro baseado na história de Karl Jerusalem, conhecido do autor, que se suicidou por conta de suas desilusões amorosas. Então, sabendo do caso do rapaz por carta de um outro amigo, Goethe começa a elaborar o livro. Somos convidados por Goethe, no papel de editor, a adentrar na correspondência de Werther, jovem burguês que se muda para uma passagem campestre, afim de saciar sua sede por uma paisagem bucólica, onde possa simplesmente ler seu Homero e desfrutar da vida simples junto com os camponeses. Mas num baile da região, o rapaz conhece Carlota, por quem se apaixona instantaneamente. Porém, a moça é comprometida, estando ela a espera do seu noivo, que está viajando. Enquanto isso, Werther vivencia dias de adoração da sua paixão. Após um tempo, Alberto, noivo de Carlota, volta e Werther se torna um amigo sincero deste. Aprofundando-nos de pouco em pouco nesse triângulo amoroso, vai se descortinando o final tão conhecido da obra. O livro, como devem imaginar, é envolvente. Os turbilhões de emoções de Werther, que se refletem no cenário, o pouco número de páginas e a facilidade para imaginar as situações do livro, façam com que nos mergulhemos de cabeça na história, sentindo as venturas e desventuras do protagonista e dos personagens secundários, como um empregado de uma viúva da região, que se vendo numa situação parecida com a de Werther, assassina seu adversário. Para finalizar, gostaria de chamar a atenção para a edição que li, comentada da L&PM Pocket. Com os comentários e notas do tradutor, entende-se as circunstâncias tanto sociais(refletidas na mutua aversão de Werther, um burguês, com os aristocratas da região) quanto artísticas da época(a constante crítica ao racionalismo do iluminismo francês e do método empírico científico) além da características biográficas do livro.
Trecho do livro: " 13 de maio
Tu perguntas se deves enviar-me os meus livros... Meu caro, te peço pelo amor de Deus, deixa-os longe do meu meu pescoço. Não quero mais ser guiado, animado e afogueado... Esse coração já fermenta o bastante por si próprio. Necessito muito antes de canções que embalem, e essas eu achei à suficiência em meu Homero. Quantas vezes tenho de ninar meu sangue revolto até acalmá-lo... Ti sabes que não existe no mundo nada tão instável, tão inquieto quanto o meu coração. Se é que tenho necessidade de dize-lo a quem tantas vezes carregou o fardo de me ver passar da aflição à digressão, da doce melancolia à paixão furiosa, meu caro! É por isso que trato meu coraçãozinho como uma criança doente, satisfazendo-lhe todas as vontades. Não diga isso adiante, há pessoas que poderiam usá-lo contra mim."
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