Susan Ronald é uma historiadora e escritora americana. Seus trabalhos são livros dedicados puramente a divulgação histórica, sendo, além deste título, um sobre a rainha Elizabeth I da Inglaterra e outro sobre a história da França. Uma das principais características da autora, ressaltada pela própria, é o interesse nas pequenas causas e motivações, ou seja, o estudo das grandes personalidades da História ao invés dos fatos, coisa que os historiadores atuais normalmente consideram como apenas fatos secundários no contexto. Filha de um comerciante de diamantes e uma investigadora das atividades comerciais ligadas a historiografia, para ela é mais evidente o importante papel das jóias para financiar ou causar guerras, uma delas em especial: o diamante Sancy.
Começando pelos processos de retirada e lapidamento dos diamantes nas minas da Índia, local dito por ela como origem mais provável do Sancy, ela nos mostra a trajetória do que foi considerado "o maior diamante branco da cristandade" até o Século XVI apelidado de diamante maldito pelo destino trágico da maioria dos seus proprietários, que acabaram falidos e desacreditados, alguns deles personagens célebres da História Ocidental como Napoleão, Luís XIV, Carlos I(rei deposto e decaptado na Guerra Civil Inglesa) e Elisabeth I os dois últimos da Inglaterra.
Apesar de a primeira vista parecer ser mais um conjuntos de "intrigas de corte" ou mesmo(essa eu prefiro) "intrigas reais", papéis que normalmente assumem livros ou filmes que mostram em maior detalhe a vida privada de nobres, todos os fatos pessoais apresentados são colocados dentro de um contexto e ajudam a nos inteirar com o entusiasmo da autora pelos assuntos relacionados a uma descrição humana da historiografia habitual e até mesmo nos ajuda a apreender efetivamente a História como ciência, já que nos faz examinar as pequenas nuances pessoais que fazem o contexto geral. Ah, para os amantes da divulgação histórica tradicional, há 8 páginas de bibliografia selecionada no final do livro.
Trecho do livro:
"A maioria dos mercadores não acreditava que ela tinha autoridade para dispor dos objetos pessoais do casal real, como os botões de pérola do rei. Mas quando a procuração chegou, eles ficaram muitos felizes de comprá-los imediatamente. Ela escreveu para Calos:'(...)Ninguém queria empenhá-los, apenas comprá-los. Você pode imaginar que agora que eles sabem que precisamos de dinheiro, irão pular em nosso pescoço! Eu só consegui metade do que eles valem.'
Em junho, Henriqueta Maria conseguiu enviar ao rei suas primeiras armas européias financiadas com as gemas de sangue: seis canhões, cem barris de pólvora e duzentas pistolas e rifles,(...)"
1 Recados:
Jóias e guerras são parte do mesmo mundo político desde de Roma pelo menos.
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