Todos estavam desesperados! Por causa da despedida de solteiro o noivo já estava mais atrasado que a noiva. Sonolento, com muita enxaqueca, ele tenta se arrumar, mas ao ver que seria impossível sozinho, pede auxílio do mordomo. Neste dia, Alfred estava com conjuntivite, ou seja, olhos vermelhos e inchados o que não ajudava muito. Sendo o relógio um inimigo terrível, o noivo leva exatamente uma hora e meia pra se arrumar. O padrinho preocupado vai ter notícias e ao bater na porta é abordado pelo mordomo de olhos vermelhos. “E então? Como estamos?” pergunta apressado e recebe a seguinte resposta “O noivo acaba de abotoar o paletó”. O padrinho olha assustado e pede para que o mordomo repita e este confirma “O noivo abotoou o paletó”. O padrinho sai correndo e chega à igreja com a seguinte notícia “O noivo acaba de falecer!”. A confusão estava formada.
Os convidados do noivo choravam e os da noiva iam consolá-los. O pai da noiva dizia “Meu dinheiro não será jogado fora, a igreja e o padre estão aqui preparados para velar o corpo. Aqui estão as flores pro caixão, eu vendo por um preço baratinho!”. O coro que se preparava pra cantar a marcha nupcial tem que mudar rapidamente para a marcha fúnebre. “E a viagem?”. “Deixa que eu vou!”. “E o Buffet?”. “Não joga fora não, manda congelar e leva pra amanhã no café da manhã!”. “E os bonequinho dos noivos?”. “Leva pra tua filha e diz que é a nova Barbie”. A noiva que estava toda de branco queria mudar de roupa e chorar por nem chegar a ser uma viúva completa. A mãe da noiva se perguntava se sua filha ficaria encalhada por mais tempo e logo aparece uma fila de pretendentes prontos pra chutar a bunda do cadáver. “A culpa toda é sua, pois você nunca gostou do meu sobrinho!”. “Não gostava e desgosto mais ainda porque ele transformou o casamento da minha neta num velório”. “Se acalmem todos, o Senhor não gostar de brigas!”. “Que senhor, padre?” “O SENHOR”. “Ah padre, vai rezar uma missa!”. “De preferência a de sétimo dia”. Agora a guerra tinha sido decretada. Era briga de famílias. Os bancos viraram verdadeiras trincheiras e o arroz era a munição. Os pais do noivo pegaram a cruz do altar pra bater nos adversários. O casamento virou a alegria dos jovens coroinhas. Até que de repente a porta se abre e de lá vem o noivo. Por alguns segundos todos ficaram parados, olhando atentamente para o defunto mais vivo que eles já tinham visto. “Zumbi”. “Ele voltou pra se vingar!”. “Fujam pras montanhas!”. O noivo olhava aquela cena bizarra e se perguntava se ainda estava dormindo. Meia hora de explicações jogadas fora, os dois finalmente sobem ao altar. Todos se recompõem como se nada tivesse acontecido e àquelas horas atrás nunca tivessem existido. “Se alguém tem algo a dizer que possa por um fim a este casamento, que fale agora ou cale-se para sempre”. Não se ouviu nenhum som.
Brito, Matheus
2 Recados:
Muito bom Matheus!
Bem bacana Baiano! E o mais legal é que você resgatou uma gíria que eu não ouvia há séculos.... hahahha
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