Os caminhos estão cheios de tentações.
Os nossos pés arrastam-se na areia lúbrica...
Oh! tomemos os barcos das nuvens!
Enfunemos as velas dos ventos!
Os nossos lábios tensos incomodam-nos como estranhas mordaças.
Vamos! vamos lançar no espaço - alto, cada vez mais alto! - a rede das estrelas...
Mas vem da terra, sobe da terra, insistente, pesado,
Um cheiro quente de cabelos...
A Esfinge mia como uma gata.
E o seu grito agudo agita a insônia dos adolescentes pálidos,
O sono febril das virgens nos seus leitos.
De que nos serve agora o Cristo do Corcovado?!
Há um longo, um arquejante frêmito nas palmeiras, em torno...
A Noite negra, demoradamente,
Aperta o mundo entre os seus joelhos.
[Mario Quintana; Aprendiz de Feiticeiro, 1950]
2 Recados:
. é por isso que na maioria das vezes eu prefiro a estrada de tijolos amarelos, mesmo quando ela nos leva até a Bruxa do Oeste, Dorothy cintila seus pequeninos sapatinhos vermelhos e lá estamos nós naquela estrada novamente.
~Tentações são o que não nos faltam, parece até que vêm até nós como um santo castigo pelas nossas promessas sem fundamento! (problemas)
Pensei que fosse postar por aqui a outra poesia, mas, por fim, as duas são bonitas mesmo! Ousadia desse Mario Quintana não ter surgido antes no meu conhecimento, sou a ignorância ambulante em relação a poetas!, especialmente quais ainda vivem.
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