Se comemora hoje os 40 anos da morte do Porco Fedorento, um facínora candidato a genocida.
Vitoriosa a Revolução, Guevara participou de centenas de fuzilamentos de partidários de Fulgencio Batista no “Paredón”, além de dezenas de pessoas comuns que se opunham a ele.
Deste “bom revolucionário” sabe-se que ordenou o fuzilamento em Cuba de 500 a 1700 prisioneiros e pessoalmente foi responsável pelo assassinato de 179 pessoas, inclusive adolescentes, prisioneiros rendidos, cujos dados foram obtidos pelo Dr. Armando Lago, confirmados com nomes e datas, através de duas ou mais fontes de informação idôneas, livros e jornais.
Dele sempre é lembrada a frase que praticamente virou símbolo da militância esquerdista mundial: “Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás” porém, nunca lembram de citar, também, uma outra que se contrapõe e desnuda o verdadeiro monstro que habita o pseudo mito: “O ódio implacável para com o inimigo nos transporta e nos leva para além das limitações naturais do homem, e nos transforma em máquinas de matar eficazes, violentas, seletivas e frias. Nossos soldados devem ser assim. Uma pessoa sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal”. (Discurso na Tricontinetal, em 1961).
O mito não morreu, ao contrário, quanto mais passam-se os anos, mais aura de santo, veneração e apelos à imitação são feitos nos mais recônditos lugares do mundo; que o digam o Fórum Social Mundial e a própria “lojinha do PT” (http://www.pt.org.br/), além de acampamentos, ruas e escolas do MST que levam “orgulhosamente” seu nome.
Jaime Costa Vasquez, um comandante do exército revolucionário, conhecido como “El Catalan”, ainda vivo, sustenta que muitas execuções atribuídas a Ramiro Valdés, que mais tarde viria a ser Ministro do Interior de Cuba, foram responsabilidade direta de Guevara porque Valdés, nas montanhas, estava sob suas ordens. “Ante la duda, mátalo”, eram as instruções de Che.
Ainda segundo ”El Catalan”, nas vésperas da vitória, Che ordenou a execução de duas dezenas de pessoas na província de Santa Clara, onde havia chegado sua coluna como parte do ataque final ao governo. Alguns foram fuzilados em um hotel – como escreveu Marcelo Fernández Sayas, outro ex-revolucionário que se transformou em jornalista -. Entre os executados havia camponeses que se haviam unido ao exército de Batista apenas para escapar do desemprego.
Porém, a “fria máquina de matar” somente manifestou todo o seu alcance depois da queda do regime, quando Fidel Castro o designou responsável pelo cárcere de La Cabana. De uma forma que recorda Laurenti Beria, chefe da NKVD, Guevara foi responsável, durante o primeiro semestre de 1959, por um dos períodos mais obscuros da revolução.
Segundo Jose Vilasuso, advogado e professor da Universidade Interamericana de Bayamón, em Porto Rico, que pertenceu ao corpo responsável pelos processos judiciais sumários em La Cabana, “minha função era legalizar profissionalmente as causas e passá-las ao ministério fiscal, sem julgamento algum. Se fuzilava de segunda à sexta. As execuções eram realizadas de madrugada, pouco depois que a sentença fosse prolatada e confirmada de forma automática pelo corpo de apelação. A noite mais sinistra que recordo 7 homens foram executados”.
Javier Arzuaga, capelão que ministrava consolo aos sentenciados à morte e que presenciou dezenas de execuções, que hoje vive em Porto Rico, deu seu testemunho: “Em La Cabana estavam 800 homens em um espaço em que não cabiam mais de 300. Eram militares do exército de Batista, policiais, jornalistas, empresários e comerciantes. O Juiz não era necessariamente um homem de leis e sim um membro do exército rebelde, como todos aqueles que serviam de juízes. Quase todas as apelações eram presididas por Che Guevara e não recordo de nenhum caso cuja sentença tenha sido revogada (...) Até o mês de maio, quando fui embora, assisti a 55 fuzilamentos. Um dos comandantes dos pelotões de fuzilamento era o americano Herman Marks, que parecia gozar quando gritava ‘Pelotão! Atención! Apunten! Fuego!’ (...) Quando me despedi, Che Guevara me disse: ‘Se nos encararmos de novo, seremos inimigos frente a frente’”.
Entre janeiro e fins de junho de 1959, quando Che Guevara deixou de chefiar La Cabana, cerca de 400 pessoas foram lá executadas. Os telegramas secretos enviados pelo embaixador dos eUA à Casa Branca falam de “mais de 500”. Segundo Jorge Castañeda - um dos biógrafos de Che Guevara – ex-Ministro das Relações Exteriores do México, falou de 700 vítimas. Felix Rodríguez, um conhecido agente da CIA que participou da perseguição e prisão de Che Guevara na Bolívia, disse que após sua captura o interrogou sobre as “cerca de 2.000 execuções que havia sido responsável em sua vida”. Che, sem questionar a cifra, respondeu que “todos eram agentes da CIA”.
Uma outra faceta pouco conhecida porém central, de Che Guevara, era seu impulso em despojar as pessoas de suas propriedades. Em suas memórias o líder egípcio Gamal Abdel Nasser registra que Che Guevara lhe perguntou quantas pessoas haviam abandonado o país por causa das reformas. Quando Nasser lhe respondeu que ninguém havia ido embora, Che replicou, furioso, que a forma de medir a profundidade das mudanças era através do número de pessoas “que sentem que não há lugar para eles na nova sociedade”. Esse instinto predatório alcançou seu ponto mais alto em 1965, quando Che começou a falar, como se fosse Deus, do “Homem Novo” que ele e sua revolução criariam.
Essa sua obsessão pelo controle coletivista fez com que, logo no início de 1959, ele e Fidel Castro se tornassem responsáveis pelo projeto do Estado policial cubano. Ramiro Valdés, subordinado a Che durante a guerra de guerrilhas, foi nomeado chefe do G-2, uma organização planejada segundo o modelo da Cheka. Angel Ciutah, um veterano da guerra civil espanhola, que havia estado muito próximo de Ramón Mercader, o assassino de Trotsky, e que mais tarde tornou-se amigo de Che, desempenhou um papel-chave na organização do G-2, juntamente com Luis Alberto Lavandeira que havia desempenhado o cargo de supervisor em La Cabana. Che Guevara, por sua vez, apoderou-se do cargo de chefe do G-6, o organismo encarregado de doutrinar ideologicamente as Forças Armadas.
Em 1961, quando da invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos respaldados pelos EUA, se converteu na ocasião perfeita para consolidar o novo Estado policial, com a prisão de milhares de cubanos e uma nova série de execuções. Segundo Guevara disse ao embaixador soviético Sergei Kudrivisey, “os contra-revolucionários jamais voltariam a levantar a cabeça”. “Contra-revolucionário” foi o termo utilizado por Guevara para designar os que se afastavam do “dogma”. O sinônimo comunista de “herege”.
Em seu início, a revolução mobilizou voluntários para construir escolas e trabalhar em portos, canaviais e fábricas. Existem fotos de Che como estivador, colhedor de cana e operário têxtil. Todavia, em pouco tempo esse trabalho voluntário tornou-se um pouco menos voluntário e logo o primeiro campo de trabalhos forçados, réplica dos Gulags soviéticos, foi organizado em Cuba, em Guanahacabibes, em fins de 1960. Che explicou a função que exercia o campo de Guanahacabibes: “À Guanahacabibes são mandadas as pessoas que não devem ir para a prisão. As pessoas que tenham cometido faltas à moral revolucionária (...) É um trabalho duro, não um trabalho bestial”.
Esse campo foi o precursor do posterior confinamento sistemático que começou em 1965 na província de Camaguey, de dissidentes, homossexuais, católicos, testemunhas de Jeová, sacerdotes afro-cubanos, sob o estandarte das Unidades Militares de Ajuda à Produção.
O seu período à frente do Banco Nacional de Cuba, durante o qual imprimiu papel-moeda assinados por “Che”, foi assim resumido por Ernesto Betancourt, seu segundo nesse cargo: “Encontrei no Che uma ignorância absoluta a respeito dos princípios mais elementares da economia”. A percepção de Che sobre a economia mundial foi celebremente expressada por ele durante uma conferência hemisférica realizada em 1961 em Punta Del Leste, ao predizer um crescimento de 10% em Cuba “sem nenhum temor” e, para 1980, uma renda per-capita maior do que a dos EUA hoje”. A verdade é que em 1997, quando do trigésimo aniversário de sua morte os cubanos viviam com uma dieta de 2 quilos de arroz e meio quilo de feijão, por mês, 120 gramas de carne duas vezes ao ano, 120 gramas de pasta de soja por semana e 4 ovos por mês. Isso porque, com a reforma agrária, as terras expropriadas não foram para os camponeses, mas para os burocratas do partido único.
Em 1963, foram abandonadas todas as esperanças de industrializar Cuba e a revolução aceitou ser abastecedora de açúcar do bloco soviético em troca do petróleo para cobrir suas necessidades e revender a outros países. E durante as três décadas seguintes, Cuba sobreviveria graças a um subsídio soviético que oscilava entre 65 e 100 milhões de dólares anuais.
Mais: imediatamente após o triunfo da revolução em Cuba, Che organizou grupos guerrilheiros na Nicarágua, República Dominicana, Panamá e Haiti. Todos foram desmantelados pelos exércitos desses países. Em 1964 enviou à morte o jornalista revolucionário argentino Jorge Masseti, fundador da Prensa Latina, convencendo-o de que deveria lançar um ataque contra seu país-natal desde a Bolívia. Também desastrosa foi a expedição de Che Guevara ao Congo em 1965, país que foi forçado a abandonar clandestinamente.
Mais tarde, na Bolívia, Che, pela última vez, foi novamente derrotado. Em seu diário, Che escreve uma melancólica frase: “As massas camponesas não nos ajudam em nada”.
Che, sem dúvida, era audaz e rápido em organizar a vida sobre uma base militar nos territórios sob seu controle, porém não era nenhum general Giap. Seu livro “Guerra de Guerrilhas” ensina que as forças populares podem derrotar qualquer exército e que não se faz necessário aguardar as chamadas condições objetivas, porque um foco insurrecional constituído por um pequeno grupo de guerrilheiros, apartados do partido, podem criar essas condições e, ainda, que a luta se desenvolverá prioritariamente nas zonas rurais. Essa foi, em resumo, a Teoria do Foco Guerrilheiro.
A verdade é que, na América Latina todos os foquistas foram reduzidos a cinzas.
Apesar de tudo isso, Frei Beto, o nefasto, no II Fórum Social Mundial, agora, no Século XXI, disse, em um discurso, que “A sociedade do futuro, mais livre, mais igualitária e mais solidária se define em uma só palavra: socialismo”. Pediu uma salva de palmas para Karl Marx e completou que “o homem novo deve ser filho do casamento de Ernesto Che Guevara e Santa Teresa de Jesus”.
Para quem não sabe, Che Guevara iniciou sua vida pública como companheiro de Fidel Castro, na guerrilha de Sierra Maestra, que prometia devolver a liberdade aos cubanos (à época vítimas de outra ditadura, a de Fulgencio Batista), mas que terminou por implantar um regime comunista de partido único, na ilha-prisão.
Fulgencio Batista seria mais um ditador Latino-Americano como tantos outros se não fosse Fidel e seus asceclas, dificilmente qualquer estudante do continente saberia seu nome, ou qualquer informação sobre ele, como não se sabe nada sobre os inúmeros ditadores Bolivianos, mas a revolução o tornou eterno, pobre dos cubanos, sairam das mãos de um ladrãozinho comum para cair na garras de um dos mais terríveis vermes do século.
Vitoriosa a Revolução, Guevara participou de centenas de fuzilamentos de partidários de Fulgencio Batista no “Paredón”, além de dezenas de pessoas comuns que se opunham a ele.
Depois foi premiado com a Presidência do Banco Central de Cuba. Como não entendia nada de economia, mas só de guerrilha e de fuzilamentos, acabou por arruinar o banco, agravando ainda mais o estado lastimável da economia cubana. Depois foi mandado para fazer outras revoluções na Venezuela, Congo e Bolívia. Nesses países, muita gente inocente foi imolada. Por essa época, década 60 do século passado, Che Guevara elogiou, através dos meios de comunicação, a Revolução Cultural chinesa, feita por Mao Tsé Tung. Nessa Revolução Cultural, o tirano chinês comandou a morte de dezenas de milhões de pessoas. Teve casos de chineses que morreram porque usavam calça jeans.
Apesar disso, desde a década de 60 esta figura nefasta e fracassada é venerada como santo, herói e modelo de virtude, através da mais famosa foto de seu rosto feita pelo fotógrafo cubano Alberto Korda, que se vê estampada em camisas, posteres, bonés, quinquilharias de toda espécie.
Deste “bom revolucionário” sabe-se que ordenou o fuzilamento em Cuba de 500 a 1700 prisioneiros e pessoalmente foi responsável pelo assassinato de 179 pessoas, inclusive adolescentes, prisioneiros rendidos, cujos dados foram obtidos pelo Dr. Armando Lago, confirmados com nomes e datas, através de duas ou mais fontes de informação idôneas, livros e jornais.
Dele sempre é lembrada a frase que praticamente virou símbolo da militância esquerdista mundial: “Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás” porém, nunca lembram de citar, também, uma outra que se contrapõe e desnuda o verdadeiro monstro que habita o pseudo mito: “O ódio implacável para com o inimigo nos transporta e nos leva para além das limitações naturais do homem, e nos transforma em máquinas de matar eficazes, violentas, seletivas e frias. Nossos soldados devem ser assim. Uma pessoa sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal”. (Discurso na Tricontinetal, em 1961).
O mito não morreu, ao contrário, quanto mais passam-se os anos, mais aura de santo, veneração e apelos à imitação são feitos nos mais recônditos lugares do mundo; que o digam o Fórum Social Mundial e a própria “lojinha do PT” (http://www.pt.org.br/), além de acampamentos, ruas e escolas do MST que levam “orgulhosamente” seu nome.
A meu ver, endeusar-se um assassino contumaz e sugerir que os jovens devam imitá-lo é um ato criminoso, perverso, diabólico. Agora, quando esta sugestão ultrapassa as fronteiras da Ilha-cárcere e alcança bebês de colo, a coisa já aponta para o mais alto indício da degradação humana, de perversidade patológica. Claro que se pode argumentar que isso é apenas uma faceta mercantil de nosso mundo de consumo, mas será que se vestisse caminas de Hitler em crianças se diria o mesmo? Pode se dizer que Che não provocou a morte de um infima porcentagem das mortes causadas pelo outro, mas é bom lembrar que ele nunca teve o poder nem o tempo para tanto.
Como indica seu diário de Sierra Maestra, Guevara eliminou Eutímio Guerra, suspeito de estar passando informações. Diz o diário: “Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola de calibre 32 na têmpora direita. Seus pertences passaram a meu poder”. Mais tarde, “justiçou” Aristídio, um camponês que manifestou o desejo de abandonar a guerrilha. Também não titubeou ao ordenar a morte de Echavarria, irmão de um de seus camaradas, acusado de crimes não especificados. “Tinha que pagar um preço”, diz o diário.
Jaime Costa Vasquez, um comandante do exército revolucionário, conhecido como “El Catalan”, ainda vivo, sustenta que muitas execuções atribuídas a Ramiro Valdés, que mais tarde viria a ser Ministro do Interior de Cuba, foram responsabilidade direta de Guevara porque Valdés, nas montanhas, estava sob suas ordens. “Ante la duda, mátalo”, eram as instruções de Che.
Ainda segundo ”El Catalan”, nas vésperas da vitória, Che ordenou a execução de duas dezenas de pessoas na província de Santa Clara, onde havia chegado sua coluna como parte do ataque final ao governo. Alguns foram fuzilados em um hotel – como escreveu Marcelo Fernández Sayas, outro ex-revolucionário que se transformou em jornalista -. Entre os executados havia camponeses que se haviam unido ao exército de Batista apenas para escapar do desemprego.
Porém, a “fria máquina de matar” somente manifestou todo o seu alcance depois da queda do regime, quando Fidel Castro o designou responsável pelo cárcere de La Cabana. De uma forma que recorda Laurenti Beria, chefe da NKVD, Guevara foi responsável, durante o primeiro semestre de 1959, por um dos períodos mais obscuros da revolução.
Segundo Jose Vilasuso, advogado e professor da Universidade Interamericana de Bayamón, em Porto Rico, que pertenceu ao corpo responsável pelos processos judiciais sumários em La Cabana, “minha função era legalizar profissionalmente as causas e passá-las ao ministério fiscal, sem julgamento algum. Se fuzilava de segunda à sexta. As execuções eram realizadas de madrugada, pouco depois que a sentença fosse prolatada e confirmada de forma automática pelo corpo de apelação. A noite mais sinistra que recordo 7 homens foram executados”.
Javier Arzuaga, capelão que ministrava consolo aos sentenciados à morte e que presenciou dezenas de execuções, que hoje vive em Porto Rico, deu seu testemunho: “Em La Cabana estavam 800 homens em um espaço em que não cabiam mais de 300. Eram militares do exército de Batista, policiais, jornalistas, empresários e comerciantes. O Juiz não era necessariamente um homem de leis e sim um membro do exército rebelde, como todos aqueles que serviam de juízes. Quase todas as apelações eram presididas por Che Guevara e não recordo de nenhum caso cuja sentença tenha sido revogada (...) Até o mês de maio, quando fui embora, assisti a 55 fuzilamentos. Um dos comandantes dos pelotões de fuzilamento era o americano Herman Marks, que parecia gozar quando gritava ‘Pelotão! Atención! Apunten! Fuego!’ (...) Quando me despedi, Che Guevara me disse: ‘Se nos encararmos de novo, seremos inimigos frente a frente’”.
Entre janeiro e fins de junho de 1959, quando Che Guevara deixou de chefiar La Cabana, cerca de 400 pessoas foram lá executadas. Os telegramas secretos enviados pelo embaixador dos eUA à Casa Branca falam de “mais de 500”. Segundo Jorge Castañeda - um dos biógrafos de Che Guevara – ex-Ministro das Relações Exteriores do México, falou de 700 vítimas. Felix Rodríguez, um conhecido agente da CIA que participou da perseguição e prisão de Che Guevara na Bolívia, disse que após sua captura o interrogou sobre as “cerca de 2.000 execuções que havia sido responsável em sua vida”. Che, sem questionar a cifra, respondeu que “todos eram agentes da CIA”.
Uma outra faceta pouco conhecida porém central, de Che Guevara, era seu impulso em despojar as pessoas de suas propriedades. Em suas memórias o líder egípcio Gamal Abdel Nasser registra que Che Guevara lhe perguntou quantas pessoas haviam abandonado o país por causa das reformas. Quando Nasser lhe respondeu que ninguém havia ido embora, Che replicou, furioso, que a forma de medir a profundidade das mudanças era através do número de pessoas “que sentem que não há lugar para eles na nova sociedade”. Esse instinto predatório alcançou seu ponto mais alto em 1965, quando Che começou a falar, como se fosse Deus, do “Homem Novo” que ele e sua revolução criariam.
Essa sua obsessão pelo controle coletivista fez com que, logo no início de 1959, ele e Fidel Castro se tornassem responsáveis pelo projeto do Estado policial cubano. Ramiro Valdés, subordinado a Che durante a guerra de guerrilhas, foi nomeado chefe do G-2, uma organização planejada segundo o modelo da Cheka. Angel Ciutah, um veterano da guerra civil espanhola, que havia estado muito próximo de Ramón Mercader, o assassino de Trotsky, e que mais tarde tornou-se amigo de Che, desempenhou um papel-chave na organização do G-2, juntamente com Luis Alberto Lavandeira que havia desempenhado o cargo de supervisor em La Cabana. Che Guevara, por sua vez, apoderou-se do cargo de chefe do G-6, o organismo encarregado de doutrinar ideologicamente as Forças Armadas.
Em 1961, quando da invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos respaldados pelos EUA, se converteu na ocasião perfeita para consolidar o novo Estado policial, com a prisão de milhares de cubanos e uma nova série de execuções. Segundo Guevara disse ao embaixador soviético Sergei Kudrivisey, “os contra-revolucionários jamais voltariam a levantar a cabeça”. “Contra-revolucionário” foi o termo utilizado por Guevara para designar os que se afastavam do “dogma”. O sinônimo comunista de “herege”.
Em seu início, a revolução mobilizou voluntários para construir escolas e trabalhar em portos, canaviais e fábricas. Existem fotos de Che como estivador, colhedor de cana e operário têxtil. Todavia, em pouco tempo esse trabalho voluntário tornou-se um pouco menos voluntário e logo o primeiro campo de trabalhos forçados, réplica dos Gulags soviéticos, foi organizado em Cuba, em Guanahacabibes, em fins de 1960. Che explicou a função que exercia o campo de Guanahacabibes: “À Guanahacabibes são mandadas as pessoas que não devem ir para a prisão. As pessoas que tenham cometido faltas à moral revolucionária (...) É um trabalho duro, não um trabalho bestial”.
Esse campo foi o precursor do posterior confinamento sistemático que começou em 1965 na província de Camaguey, de dissidentes, homossexuais, católicos, testemunhas de Jeová, sacerdotes afro-cubanos, sob o estandarte das Unidades Militares de Ajuda à Produção.
O seu período à frente do Banco Nacional de Cuba, durante o qual imprimiu papel-moeda assinados por “Che”, foi assim resumido por Ernesto Betancourt, seu segundo nesse cargo: “Encontrei no Che uma ignorância absoluta a respeito dos princípios mais elementares da economia”. A percepção de Che sobre a economia mundial foi celebremente expressada por ele durante uma conferência hemisférica realizada em 1961 em Punta Del Leste, ao predizer um crescimento de 10% em Cuba “sem nenhum temor” e, para 1980, uma renda per-capita maior do que a dos EUA hoje”. A verdade é que em 1997, quando do trigésimo aniversário de sua morte os cubanos viviam com uma dieta de 2 quilos de arroz e meio quilo de feijão, por mês, 120 gramas de carne duas vezes ao ano, 120 gramas de pasta de soja por semana e 4 ovos por mês. Isso porque, com a reforma agrária, as terras expropriadas não foram para os camponeses, mas para os burocratas do partido único.
Em 1963, foram abandonadas todas as esperanças de industrializar Cuba e a revolução aceitou ser abastecedora de açúcar do bloco soviético em troca do petróleo para cobrir suas necessidades e revender a outros países. E durante as três décadas seguintes, Cuba sobreviveria graças a um subsídio soviético que oscilava entre 65 e 100 milhões de dólares anuais.
Mais: imediatamente após o triunfo da revolução em Cuba, Che organizou grupos guerrilheiros na Nicarágua, República Dominicana, Panamá e Haiti. Todos foram desmantelados pelos exércitos desses países. Em 1964 enviou à morte o jornalista revolucionário argentino Jorge Masseti, fundador da Prensa Latina, convencendo-o de que deveria lançar um ataque contra seu país-natal desde a Bolívia. Também desastrosa foi a expedição de Che Guevara ao Congo em 1965, país que foi forçado a abandonar clandestinamente.
Mais tarde, na Bolívia, Che, pela última vez, foi novamente derrotado. Em seu diário, Che escreve uma melancólica frase: “As massas camponesas não nos ajudam em nada”.
Che, sem dúvida, era audaz e rápido em organizar a vida sobre uma base militar nos territórios sob seu controle, porém não era nenhum general Giap. Seu livro “Guerra de Guerrilhas” ensina que as forças populares podem derrotar qualquer exército e que não se faz necessário aguardar as chamadas condições objetivas, porque um foco insurrecional constituído por um pequeno grupo de guerrilheiros, apartados do partido, podem criar essas condições e, ainda, que a luta se desenvolverá prioritariamente nas zonas rurais. Essa foi, em resumo, a Teoria do Foco Guerrilheiro.
A verdade é que, na América Latina todos os foquistas foram reduzidos a cinzas.
Apesar de tudo isso, Frei Beto, o nefasto, no II Fórum Social Mundial, agora, no Século XXI, disse, em um discurso, que “A sociedade do futuro, mais livre, mais igualitária e mais solidária se define em uma só palavra: socialismo”. Pediu uma salva de palmas para Karl Marx e completou que “o homem novo deve ser filho do casamento de Ernesto Che Guevara e Santa Teresa de Jesus”.
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